domingo, 11 de outubro de 2009

Funções da Linguagem

Funções da linguagem são recursos de ênfase que actuam segundo a intenção do produtor da mensagem, cada qual abordando um diferente elemento da comunicação. Um texto pode apresentar mais de uma função enfatizada.
Elementos da Comunicação
  • Emissor: emite, codifica a mensagem.
  • Receptor: recebe, decodifica a mensagem.
  • Mensagem: conteúdo transmitido pelo emissor.
  • Código: conjunto de signos usado na transmissão e recepção da mensagem.
  • Referente: contexto relacionado a emissor e receptor.
  • Canal: meio pelo qual circula a mensagem.

Obs: as atitudes e reações dos comunicantes (Conhecimento Prévio, Idiossincrasia) são também referentes e exercem influência sobre a comunicação.

Funções da Linguagem
Função emotiva ou expressiva
Esta função ocorre quando se destaca o locutor (ou emissor). A mensagem centra-se nas opiniões, sentimentos e emoções do emissor, sendo um texto completamente subjetivo e pessoal. A idéia de destaque do locutor dá-se pelo emprego da 1ª pessoa do singular, tanto das formas verbais, quanto dos pronomes. A presença de interjeições e uma pontuação com reticências e pontos de exclamação também evidenciam a função emotiva ou expressiva da linguagem. Os textos que expressam o estado de alma do locutor, ou seja, que exemplificam melhor essa função, são os textos líricos, as autobiografias, as memórias, a poesia lírica e as cartas de amor.
Função referencial ou denotativa

A mensagem é centrada no referente, no assunto (contexto relacionado a emissor e receptor). O emissor procura fornecer informações da realidade, sem a opinião pessoal, de forma objetiva, direta, denotativa. A ênfase é dada ao conteúdo, ou seja, às informações. Geralmente, usa-se a 3ª pessoa do singular. Os textos que servem como exemplo dessa função da linguagem são os jornalísticos, os científicos e outros de cunho apenas informativo. A função referencial também é conhecida como cognitiva ou denotativa.
Características:

  • neutralidade do emissor;
  • objetividade e precisão;
  • conteúdo informacional;
  • uso da 3ª pessoa do singular (ele/ela).
Função apelativa ou conativa
A mensagem é centrada no receptor e organiza-se de forma a influenciá-lo, ou chamar sua atenção. Geralmente, usa-se a 2ª pessoa do discurso (tu/você; vós/vocês), vocativos e formas verbais ou expressões no imperativo. Como essa função é a mais persuasiva de todas, aparece comumente nos textos publicitários, nos discursos políticos, horóscopos e textos de auto-ajuda. Como a mensagem centra-se no outro, ou seja, no interlocutor, há um uso explícito de argumentos que fazem parte do universo do mesmo. Exemplo:"Fique antenado com seu tempo..."; "Compre já, e ganhe descontos surpreendentes!"
Função fática
O canal é posto em destaque, ou seja, o canal que dá suporte à mensagem. O interesse do emissor é emitir e simplesmente testar ou chamar a atenção para o canal, isto é, verificar a "ponte" de comunicação e certificar-se sobre o contato estabelecido, de forma a prolongá-lo. Os cacoetes de linguagem como né?, certo?, ahã, dentre outros, são um exemplo bem comum para se evidenciar a existência dessa função.
Função poética

É aquela que põe em evidência a forma da mensagem, ou seja, que se preocupa mais em "como dizer" do que com "o que dizer". O foco recai sobre o trabalho e a construção da mensagem. A mensagem é posta em destaque, chamando a atenção para o modo como foi organizada. Há um interesse pela mensagem através do arranjo e da estética, valorizando as palavras e suas combinações. Essa função aparece comumente em textos publicitários, provérbios, ditos populares e linguagem cotidiana. Nessa função pode-se observar o intensivo uso de figuras de linguagem, como o neologismo, quando se faz necessária a criação de uma nova palavra para exprimir o sentido e alcançar o efeito desejado. Quando a mensagem é elaborada de forma inovadora e imprevista, utilizando combinações sonoras ou rítmicas, jogos de imagem ou de idéias, temos a manifestação da função poética da linguagem. Essa função é capaz de despertar no leitor prazer estético e surpresa. É explorado na poesia e em textos publicitários.
Características:

  • subjetividade;
  • figuras de linguagem;
  • brincadeiras com o código.
Função Metalinguística
Caracterizada pela preocupação com o código. Pode ser condencorada como a liguagem que fala da própria linguagem, ou seja, descreve o ato de escrever e ler. A linguagem (o código) torna-se objeto de análise do próprio texto. Os dicionários e as gramáticas são repositórios de metalinguagem.
Exemplos:
Quando o dicionário define uma palavra qualquer, ao mesmo tempo de essa palavra ser da língua em questão, ele explicita o que ela significa, ou seja, a linguagem que fala da própria linguagem.

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